Segundo boletim de ocorrência registrado pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED) junto a Delegacia de Polícia Civil, em Amambai, as ameaças aconteceram durante reunião na manhã dessa quarta-feira, 24 de abril, na sede da Secretaria.
Os indígenas Rivelino Pereira e Antônio Rossate, que estavam acompanhados pelo também indígena Arcênio Vasque, todos moradores na aldeia Amambai, teriam ficado nervosos ao serem informados que a prefeitura não irá retomar o transporte de alunos do ensino médio da aldeia que estão matriculados na cidade.
A Secretaria de Educação alega que a adoção da medida administrativa de não transportar os cerca de 30 alunos matriculados na cidade, medida esta que inclusive foi discutida e teve aval do Ministério Público é porque existem vagas suficientes para suprir a demanda de alunos na escola de ensino médio existente na comunidade indígena, fator que torna desnecessário, segundo a Secretaria de Educação, os gastos com transporte de alunos de ensino médio para estudar na cidade.
Em abril do ano passado a SEMED já havia enfrentado um problema semelhante, mas naquela ocasião com pais de alunos do ensino fundamental da aldeia Limão Verde.
Na ocasião os indígenas, que chegaram a bloquear a Rodovia MS-156 que liga Amambai a Tacuru, fazendo uso de placas de sinalização de trânsito que até hoje não foram recolocadas pelo Estado, protestaram pelo mesmo motivo.
Segundo a SEMED, nada impede que alunos indígenas queiram se matricular e estudar em escolas na cidade, desde que se desloquem por meios próprios.