APÓS COPA Após a frustrante participação brasileira na Copa do Mundo, as atenções estarão voltadas agora para as eleições de outubro. Em nível de Mato Grosso do Sul, os três principais pré-candidatos ao governo – Reinaldo Azambuja (PSDB), André Puccinelli (MDB) e Odilon de Oliveira (PDT) – já se movimentam visando o anúncio de seus companheiros de palanque, o que devem ter em mãos até as convenções de seus partidos.
CONVENÇÕES MDB e PDT marcaram a homologação de candidaturas aos cargos majoritários (governador, vice e senador) e proporcionais (deputados estaduais e federais) na mesma data – 21 de julho, enquanto o PSDB, em 4 de agosto. A partir daí, Reinaldo, André e Odilon já podem colocar seus blocos na rua em busca de votos, numa campanha eleitoral curta de apenas 45 dias. Nesse caso, o programa eleitoral de rádio e televisão nunca foi tão importante como agora para apresentação de propostas, segundo analistas políticos.
CONVICÇÃO Sem se preocupar com a indefinição do Democratas, que ainda não sabe qual o rumo a seguir em termos de candidatura ao governo do Estado, Zé Teixeira tem dito por onde anda que apoiará o projeto de reeleição de Reinaldo Azambuja (PSDB), a quem tece rasgados elogios pela forma com que vem administrando o Estado. Atualmente, o DEM analisa o melhor projeto para Mato Grosso do Sul e tem posições divergentes, já que os deputados federais Mandetta e Tereza Cristina preferem apoiar a candidatura do MDB de André Puccinelli.
LAMBANÇA Para a alegria meteórica de “xiitas e xaatos”, o desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Rogério Favreto, ex-militante petista, decidiu pela soltura de Lula, condenado há mais de 12 anos de prisão. Minutos depois, o presidente do TRF4, Thompson Flores, endossou a decisão do relator da Lava Jato, João Pedro Gebran Neto, que neste domingo suspendeu ordem de habeas corpus que havia sido dada pelo plantonista da Corte, em favor do ex-presidente.
PETISTA ROXO O plantonista Favreto foi filiado ao PT de 1991 a 2010 e procurador da prefeitura de Porto Alegre na gestão Tarso Genro nos anos 1990. Depois, foi assessor da Casa Civil no governo Lula e do Ministério da Justiça quando Tarso era ministro, também no governo daquele a quem concedeu soltura. Como se ver, a parcialidade toma conta da Justiça brasileira por conta de tendências políticas infiltradas em várias instâncias, deixando a população sem saber em quem confiar.
PERFIL Com os 70 anos completados em 2 de julho o ex-governador Puccinelli (MDB) foge do ostracismo ao tentar buscar o poder reunindo velhos companheiros como os ex-deputados Akira Otsubo (MDB) (1983/87), Antônio C. Arroyo (PR) (1995/99), Antonio Braga (1999/2003), ex-vereadores Vanderley Cabeludo MDB) e Maria Emília Sulzer (MDB). O seu alto índice de rejeição pelo eleitor jovem mostra o que ele pensa deste quadro sob a moldura da ‘experiência’.
ENROSCO O chamado ‘fator Marun’, antes positivo ao atendimento de reivindicações do PMDB ( nomeações e liberação de recursos), após esse escândalo no Ministério do Trabalho passa a ser desgastante. Apesar dos argumentos do ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun, o assunto promete render novos capítulos e a presença dele nos palanques em nosso Estado deve ser avaliada nestes tempos de ojeriza anti-Temer.
CONVENHAMOS! Não é de hoje que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) faz e acontece no Ministério do Trabalho graças ao grupo liderado pelo controvertido Roberto Jefferson que tentou emplacar a própria filha – deputada Cristiane Brasil (PTB) naquela pasta. Por conta dos votos da bancada petebista o Governo Temer ficou refém e ao mesmo tempo tentaria tirar proveito político. Daí a notícia envolvendo Marun.
NO SAGUÃO do legislativo estadual questionamentos não faltam: teremos uma campanha sem respostas, sem explicações para fatos notórios que atingem o universo político? A prisão, por exemplo, do ex-deputado Edson Giroto (PR) - braço direito de Puccinelli - acusado de corrupção dentro de sua administração passará em brancas nuvens na campanha? E o que falar dos conchavos com o empresário João Amorim, irmão da deputada Antonieta Amorim MDB) – também preso? Pura invencionice?
‘CAIXA PRETA’ Esse mau humor que o eleitor exala nas pesquisas não é um dado absoluto, mas é um indício preocupante do que os candidatos enfrentarão nesta campanha. Como sair às ruas como faziam antes – naqueles chamados ‘arrastões’ no comércio e bairros ‘casa a casa’? Haverá riscos de vaias e manifestações agressivas até.
CABOS ELEITORAIS Não há certeza se eles votarão no candidato patrão. Confiar no trabalho e no voto deles é como jogar na bolsa de valores a curto prazo. O candidato precisa admitir que o eleitor – empobrecido - pode ficar revoltado vendo tantos cabos eleitorais acenando bandeiras nas ruas – pagos com dinheiro do contribuinte via Fundo Partidário principalmente. Ao invés de ajudar - atrapalha!
IRÔNICOS Nas conversas com os eleitores jovens - o que não falta é ironia nas respostas e colocações sobre o comportamento da classe política e gestores públicos. Usam linguagem, expressões na manifestação do desalento pelo futuro. Muitos deles se comparam aos imigrantes sofredores na Europa e Estados Unidos. Estudar pra que? E depois - trabalhar onde?
ENGANAR o eleitor será muito difícil com tantas sacanagens dos políticos. A cada escândalo na mídia aumenta a vontade de puxar a descarga sem dó. Na impossibilidade de punir juridicamente o político corrupto graças as firulas do Judiciário (STF), o eleitor terá a grande chance de punição ao ‘cortar o barato’ do candidato, mandando-o de volta para casa.
O CASTIGO da volta pra casa e sem holofotes é de uma tristeza sem tamanho para o político. O político não gosta de sua própria casa. Tem horror a rotina da convivência familiar, praticada pelos mortais que se apegam a família, cachorros, passarinhos e gatos. O político nunca tem tempo para curtir sua casa. Nem conhece as flores do jardim e jamais cortou o gramado. Perde a intimidade com o cachorro. Enfim, uma visita ilustre.
DESMAMA Com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical muitos sindicatos vão fechar as portas e os ‘abnegados diretores’ enfrentarão a nova realidade. Um exemplo vem da CUT ( Central Única dos Trabalhadores) que negocia a venda de sua sede para a Igreja Mundial do pastor Valdemiro Santiago pela bagatela de R$40 milhões. Não me pergunte para onde vai toda essa grana. Aqui, mesmo com os preços em baixa, muitos sindicatos não darão conta de pagar o aluguel. Vão tarde. Aleluia.
INTERROGAÇÃO A economia vai se arrastando sem exceções em todas as regiões do Brasil. Qualquer um observa as portas fechadas no comércio, as placas de aluga-se e vende-se e muita gente perdendo o emprego. Esse segundo semestre não deve melhorar em nada o quadro. Já em 2019 – ganhe quem ganhar – não terá a varinha mágica para reorganizar o país em menos de um ano. Portanto, a ordem é não avançar o sinal na hora de cuidar do próprio bolso.